Em um cenário de negócios cada vez mais dinâmico e competitivo, grandes empresas buscam formas mais eficientes de inovar, diversificar sua atuação e se manter relevantes, frente ao grande avanço das startups nos últimos anos.
Nesse contexto, surge o Corporate Venture Building como uma abordagem estratégica que une o melhor do mundo corporativo à agilidade das startups. Neste artigo, você vai entender o que é esse modelo, por que ele vem ganhando espaço e como pode transformar a forma como empresas desenvolvem novos negócios.
O que é Corporate Venture Building?
O Corporate Venture Building (CVB) é uma abordagem estratégica na qual empresas estabelecidas (corporate) criam e desenvolvem novos negócios(ventures) que podem ser complementares ou independentes do seu core business.
Essa prática visa impulsionar a inovação e explorar novas oportunidades de mercado, utilizando os recursos, a experiência e a infraestrutura da empresa-mãe.
Inspirado no modelo das venture builders, o CVB permite que corporações idealizem, validem e escalem novos empreendimentos de forma ágil e alinhada aos seus objetivos estratégicos. O processo envolve etapas que vão desde a concepção da ideia até a sua implementação e crescimento no mercado.
O CVB promove uma cultura de inovação dentro da organização, incentivando a experimentação e a adaptação contínua. Ao investir na construção de novos negócios, as empresas podem diversificar suas fontes de receita e se posicionar de forma mais competitiva em mercados em constante transformação.
Inovação e Corporate Venture Building
A inovação corporativa tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente empresarial competitivo atual. O CVB surge como uma solução poderosa para empresas que desejam inovar continuamente e permanecer relevantes no mercado.
De acordo com a pesquisa Global Survey on Business Building, realizada pela McKinsey em 2020, mais de 50% dos executivos entrevistados afirmaram que construir novos negócios é uma das três principais prioridades estratégicas para suas empresas. O estudo reforça que as empresas que investem consistentemente em modelos como o Corporate Venture Building tendem a crescer mais rápido, captar novas fontes de receita e manter sua relevância no mercado em longo prazo.
Diferentemente de métodos tradicionais de inovação, o CVB permite uma abordagem experimental com foco em agilidade e eficiência, possibilitando o lançamento de novos negócios com maior rapidez e segurança.
Benefícios do Corporate Venture Building para empresas
O modelo Corporate Venture Building (CVB) oferece uma série de vantagens estratégicas para empresas que buscam inovar e expandir seus negócios de forma eficiente e estruturada. Dentre eles destacam-se:
Exploração de novos mercados
O CVB permite que empresas estabelecidas explorem mercados adjacentes ou completamente novos, aproveitando suas competências principais para identificar e desenvolver oportunidades de negócio independentes ou relacionadas ao seu core business.
Agilidade no desenvolvimento de soluções
Ao adotar o modelo de CVB, as empresas ganham agilidade na concepção e lançamento de novos produtos ou serviços. Isso se deve à estrutura enxuta e aos processos ágeis das ventures criadas, que operam com maior flexibilidade e rapidez em comparação com as estruturas tradicionais das grandes corporações.
Equipes especializadas e dedicadas
O CVB proporciona a formação de equipes focadas exclusivamente no desenvolvimento do novo negócio. Essas equipes são compostas por profissionais com expertise em diversas áreas, como tecnologia, marketing e gestão, garantindo uma abordagem holística e eficiente para o crescimento da startup.
Mitigação de riscos
Desenvolver novos negócios sempre envolve riscos. No entanto, o CVB permite que esses riscos sejam gerenciados de forma mais eficaz, uma vez que as startups são criadas em ambientes controlados e testadas antes de serem integradas completamente à estrutura da empresa-mãe. Isso reduz a exposição da marca e dos recursos corporativos a possíveis falhas iniciais.
Otimização de recursos e infraestrutura
Empresas que adotam o CVB podem alavancar seus recursos existentes, como infraestrutura, conhecimento de mercado e redes de contatos, para apoiar o crescimento das novas startups. Essa sinergia resulta em uma utilização mais eficiente dos ativos corporativos e potencializa o sucesso dos novos empreendimentos.
Exemplos famosos de Corporate Venture Building
Grandes empresas ao redor do mundo já adotaram com sucesso o modelo de Corporate Venture Building. A Bosch, por exemplo, criou o Bosch Startup Harbour para desenvolver startups internas com foco em tecnologia e sustentabilidade, promovendo a inovação dentro da própria estrutura corporativa.
Outro caso relevante é o da Ambev, que criou o Zé Delivery por meio de sua unidade de inovação, a ZX Ventures. O aplicativo nasceu como uma startup interna voltada para entregas de bebidas sob demanda e rapidamente se transformou em um dos maiores players do setor no Brasil.
Diferenças entre Venture Builder e Corporate Venture Capital
Embora os termos sejam parecidos, Venture Builder (VB) e Corporate Venture Builder (CVB) representam modelos com características e finalidades distintas.
Uma Venture Builder é uma organização independente especializada em ajudar empreendedores a criar ventures do zero. Ela identifica oportunidades de mercado, forma equipes empreendedoras e oferece suporte estrutural, financeiro e estratégico para desenvolver e escalar os negócios.
Já o Corporate Venture Builder é uma iniciativa promovida por uma empresa consolidada (a corporação) para desenvolver projetos alinhados à sua estratégia. Nesse modelo, o foco principal não é apenas o retorno financeiro, mas sim resolver problemas internos, explorar novos mercados ou acelerar a transformação digital da empresa-mãe.
Nesse modelo, a startup é criada com recursos da corporação, podendo ser desenvolvida internamente ou com apoio de venture builders terceirizadas.
Em resumo:
- Venture Builder: cria para o mercado, com foco no lucro e na independência dos negócios.
- Corporate Venture Builder: cria para a corporação, com foco estratégico, alinhado aos objetivos da empresa.
Como funciona o ciclo de Corporate Venture Building?
O processo de Corporate Venture Building pode ser estruturado em etapas claras e definidas:
- Identificação de oportunidades: é feita uma análise profunda do mercado, tendências e gaps existentes, identificando potenciais áreas para novos negócios.
- Viabilização e validação de ideias: criação de protótipos mínimos viáveis (MVPs) para testar hipóteses rapidamente junto ao público-alvo, ajustando o modelo com base nos feedbacks.
- Construção do negócio: após validação, ocorre o desenvolvimento completo do produto ou serviço, definição de processos operacionais e formação das equipes.
- Escala: fase de expansão, onde o novo negócio começa a crescer, atingindo novos mercados e ampliando sua base de clientes.
- Integração ou spin-off: o negócio pode continuar integrado à empresa mãe ou ser destacado como uma entidade independente, dependendo da estratégia definida.
Como a Poli Junior atua com Corporate Venture Building?
A Poli Junior entende a importância estratégica do Corporate Venture Building e apoia empresas na implementação desse modelo inovador. Nossa equipe é especializada em auxiliar negócios a desenvolver e validar novas ideias de forma ágil e eficaz.
Oferecemos consultoria especializada em inovação, ajudando na criação de novos negócios alinhados aos objetivos estratégicos de nossos clientes. Com metodologias ágeis e práticas avançadas de inovação, transformamos conceitos em startups internas prontas para o mercado.
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O CVB oferece um caminho estruturado para o desenvolvimento interno de soluções, que inclusive já foi considerado como o melhor modelo para desenvolver inovações disruptivas, e fortalece o posicionamento da empresa no longo prazo.
Adotar o Corporate Venture Building não é apenas uma decisão sobre inovação. É uma escolha sobre como a empresa irá construir seu futuro em um cenário onde adaptabilidade e velocidade se tornaram vantagens competitivas inegociáveis.