Escolher seu maquinário para uma fábrica, seja ela nova ou não, deve envolver muitos fatores. Ao contrário do que muitos empreendedores pensam, o valor de aquisição do equipamento não deve ser o único parâmetro a ser analisado.
Quando pensamos em comprar um carro, diversos são os aspectos que analisamos como o preço do IPVA, o seguro, se há produção de peças no país, a eficiência do veículo, o tamanho do porta malas e muitos outros fatores.
De forma similar, deve-se botar na balança os fatores que influenciarão o custo do equipamento tanto a curto como a longo prazo para escolher seu maquinário.
Em primeiro lugar, é preciso analisar se há necessidade de se comprar o equipamento. A princípio, pode parecer um questionamento simplório e trivial para o dono do negócio, pois, naturalmente, o mesmo imaginaria que com uma maior capacidade de produção, seu lucro seria maior.
Todavia, caso a implementação do equipamento não ocorra corretamente, ou seja, feita em um momento errado, o maquinário pode ficar subutilizado e o dinheiro investido pelo empreendedor será mal aplicado, além do fato de que o equipamento sofrerá depreciação de mercado, assim com um carro. Por outro lado, um aumento na produção pode acarretar gargalos produtivos que podem até diminuir a produtividade da fábrica. Ou seja, escolher seu maquinário de forma equivocada pode ser até mesmo prejudicial para o seu negócio.
Para ficar mais claro, imaginemos uma linha de produção na qual o processo A produz 5 itens por hora com a instrumentação atual e o processo subsequente B, que recebe os produtos de A, também tem um output de 5 produtos por hora. O dono da fábrica então decide comprar uma nova máquina para dobrar a produção em A. Note que, embora o primeiro processo produza 10 itens por hora agora, o segundo continua com a mesma capacidade produtiva, o que gerará um gargalo produtivo com acúmulo de produtos em uma etapa intermediária do processo, que, caso não seja corretamente acompanhado, pode acarretar na interrupção do processo e, consequentemente, diminuição da produtividade.
Passada essa análise da necessidade de compra, o segundo ponto a ser observado é a necessidade de aumento do número de funcionários. Dependendo do maquinário adquirido, a simples redistribuição dos atuais funcionários não é suficiente. Contudo, mesmo que haja apenas uma realocação dos operadores, possivelmente será necessária uma capacitação dos funcionários para a utilização do novo equipamento.
Em seguida, outro fator a ser considerado é o custo de instalação do maquinário. Engana-se quem pensa que o maior custo de um investimento como esse é o de aquisição do equipamento. Muitas vezes, o custo de instalação é bem maior. Na indústria química, por exemplo, escolher seu maquinário pode exigir uma instalação de custo duas ou até oito vezes maior do que o próprio preço do equipamento, além de outros custos relacionados à preparação de uma infraestrutura para o bom funcionamento do equipamento, como tubulações.
Assim, como um carro, pode-se entrar na equação a questão da aquisição de uma máquina nova ou seminovas. Ao escolher seu maquinário, deve-se atentar ao fato de que não só a aparência deve analisado, mas também as especificações do equipamento. Essas que são formam um importante parâmetro a ser analisado.
Cada processo possui sua singularidade, assim, caso não seja possível adquirir um equipamento específico para o processo em questão devido ao custo, o mercado oferece diversas opções no mercado com equipamentos que variam propriedades como potência, dimensão, torque, peso etc. Logo, é necessário escolher um equipamento que se adapte ao nível de produção da fábrica bem como pode se adequar a possíveis expansões no futuro.
Esse diagnóstico das dimensões influencia diretamente no espaço a ser alocado no site da fábrica para a ocupação do equipamento. Em geral, um novo equipamento na fábrica influenciará no nível de segurança do ambiente de trabalho dos operadores. Dessa forma, caso o site seja pequeno, deve-se tomar cuidado para que não se ponha em risco os operadores pela diminuição do espaço e, em alguns casos, até pelo aumento do fluxo de empilhadeiras.
Ademais, cita-se a necessidade de se realizar manutenções nos equipamentos. Em geral, para se evitar interrupções repentinas na produção, costuma-se realizar manutenções preventivas nos maquinários. Por outro lado, caso ocorram falhas nas máquinas, peças de reposição deverão ser compradas. Assim, é de extrema importância que o comprador do equipamento tenha consciência da disponibilidade de peças de reposição para seus equipamentos. Algumas máquinas são importadas e, além de poderem tornar a manutenção mais custosa, podem demorar para ser reparadas caso seja necessário complicado encontrar peças para manutenção. Já máquinas com produção nacional podem ser alternativas para evitar problemas como os citados acima. Todavia, deve-se lembrar que nem sempre um preço melhor significa uma melhor qualidade. Portanto, o comprador deve escolher cautelosamente o seu fornecedor associando a experiência que ele o oferecerá tanto no momento da compra como também no período pós-compra, como por exemplo auxílio a assistência técnica.
Dessa maneira, o empreendedor deve levar em consideração inúmeros fatores na hora da compra de seu maquinário, realizando uma análise tanto de parâmetros técnicos como econômicos. A simples avaliação do custo de aquisição do equipamento pode acarretar grandes problemas em seu futuro, assim, um estudo profundo sobre o assunto é fortemente recomendado, ainda mais tratando-se de um investimento de grande porte.
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